Quando a casa dos avós se fecha
Acho que um dos momentos mais tristes da nossa vida é quando a porta da casa dos avós se fecha para sempre.
Quando essa porta se fecha, encerramos os encontros com todos os membros da família, que em ocasiões especiais quando se reúnem, exaltam os sobrenomes, como se fosse uma família real, e, sempre carregados pelo amor dos avós, como uma bandeira, eles (os avós) são culpados e cúmplices de tudo.
Quando fechamos a casa dos avós, também terminamos as tardes felizes com tios, primos, netos, sobrinhos, pais, irmãos e até recém-casados que se apaixonam pelo ambiente que ali se respira.
Não precisa nem sair de casa, estar na casa dos avós é o que toda família precisa para ser feliz. Nas reuniões de Natal, a cada ano que chegam, pensamos “…e se essa for a última vez”?
É difícil aceitar que isso tenha um prazo, que um dia tudo ficará coberto de poeira e o riso será́ uma lembrança longínqua de tempos, talvez melhores.
O ano passa enquanto você espera por esses momentos, e sem perceber, passamos de crianças abrindo presentes, a sentarmos ao lado dos adultos na mesma mesa, brincando do almoço, e do aperitivo para o jantar, porque o tempo da família não passa e o aperitivo é sagrado.
A casa dos avós está sempre cheia de cadeiras, porque nunca se sabe qual dos primos vai trazer a namorada ou o namorado, porque aqui todos são bem-vindos. Sempre haverá́ uma garrafa térmica com café́, ou alguém disposto a fazê-lo.
Você cumprimenta as pessoas que passam pela porta, mesmo que sejam estranhas, porque as pessoas na rua dos seus avós são o seu povo, eles são a sua cidade.
Fechar a casa dos avós é dizer adeus às canções com a avó e aos conselhos do avô, ao dinheiro que te dão secretamente dos seus pais, como se fosse uma ilegalidade, chorar de rir por qualquer bobagem, ou chorar a dor daqueles que partiram cedo demais.
Portanto, quando a casa dos avós se fecha, é́ dizer adeus à emoção de chegar à cozinha e descobrir as panelas, e saborear a “comida deliciosa, e com sabor único, da avó.
TEXTO DE AUTORIA DE: Cris Couto
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IMPORTANTE: Se a mensagem do vídeo não coincidir com o texto publicado, é que em respeito ao autor aqui o texto foi publicado na íntegra, mas passou por edição na MENSAGEM DO DIA, devido a direção da emissora, numa intenção de fazer ajustes no formato do programa, NÃO permitir mais a leitura de mensagens que ultrapassem dois minutos.
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Texto lido no programa "Madrugada Viva Liberdade FM" no quadro "Momento de Reflexão" no dia 27 de Julho de 2.024.
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TONINHO LIMA
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