Paredes da vida

Já visitei muitas casas e orfanatos
que cuidam de pessoas especiais,
crianças e adultos com muitas dificuldades,
casos que é melhor nem descrever,
pois chocam,
e por isso entendo porque poucas pessoas
visitam e aceitam cuidar delas.

Mas na minha mémoria ficou viva uma pessoa,
um jovem que tinha um lençol na cabeça,
em forma de turbante, que depois descobri,
era uma proteção, pois ele tinha um distúrbio,
que o fazia bater a cabeça na parede o dia todo,
ele pouco dormia e no restante do dia
batia a cabeça sem parar...

No dia a dia, encontro pessoas "normais",
que praticamente agem assim como ele,
insistem em situações dolorosas,
em relacionamentos difíceis,
em empregos insuportáveis,
em futilidades que mais lembram paredes,
e seguem batendo a cabeça sem parar,
sem refletir nas possibilidades que se perdem,
nas renovações que a vida oferece,
novos amigos, novo amor, novo trabalho,
um novo dia todos os dias, que dependem
apenas da nossa determinação em mudar.

Examine-se!
passe a mão pela cabeça, pelo corpo,
e principalmente sinta o coração,
se a dor é sua vizinha constante,
mude tudo o que for possível,
pegue a menor bagagem possível
e faça a mudança necessária ainda hoje,
antes que a cabeça te arrebente,
antes que você acredite de verdade,
que nasceu para sofrer, ser infeliz,
e continue acertando a parede,
mude, por mais doloroso que seja,
a dor da mudança é passageira,
mas a dor da insistência é eterna.

Eu acredito em você

TEXTO: Paulo Roberto Gaefke
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 07 de Outubro de 2.010.

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