A VIDA NÃO DÁ DUAS SAFRAS
A gente só começa a viver de verdade
no dia em que descobre que
a vida não vai durar para sempre.
Talvez você esteja aí do outro lado
pensando que eu disse uma tolice,
pois é claro que todo mundo sabe
que vai morrer!
Na verdade,
com o festival de chacinas que
se assiste diariamente nos telejornais,
com gente morrendo por todos os lados,
era mesmo de se esperar que todo
mundo já soubesse que também
pode e vai morrer.
A qualquer momento.
Infelizmente não é assim.
Morrer continua a ser uma idéia
vaga e absurda para a maioria das pessoas.
Algo que só se vê,
de verdade,
nos telejornais e em lugares
muito distantes.
Na vida real,
só ocorre mesmo com o vizinho...
De preferência, com os mais chatos.
Com a gente, nunca!
Vivemos como se todos nós tivéssemos
sido hipnotizados por um mago
para acreditarmos que vamos
durar para sempre.
Por isso a gente adia tanto, tudo,
o tempo inteiro.
O projeto de ser feliz,
a mudança de emprego,
de cara, de cidade, de par amoroso.
Deixa para uma hora mais propícia,
menos problemática,
mais oportuna e menos inadequada.
Sempre para daqui a algum tempo,
quando a gente tiver mais dinheiro,
quando a gente se aposentar,
quando os filhos crescerem,
quando tivermos uma folga,
quando a economia se normalizar.
Antes de mais nada,
é preciso sobreviver,
ganhar dinheiro,
fazer sucesso – pensa a maioria.
A vida mesmo vai ficando para depois,
quando todas essas coisas tão
mais importantes já estiverem
equacionadas e resolvidas.
O problema é que a vida não entende
essa linguagem de adiamento.
"Oportuno" e "adequado"
são palavras sem nenhum significado
para o ritmo da vida.
Vida é como sorvete debaixo de sol quente:
- ou você toma na hora ou vai ficar
chupando dedo.
Vida é um negócio de “aqui” e “agora”,
de extrema premência e necessidade.
Eu sempre achei muito engraçado
as pessoas usarem esse verbo “sobreviver”
em lugar de “viver”.
Sobreviver significa continuar
a viver depois que aconteceu algum
sinistro grave,
como um incêndio de grandes
proporções ou a queda de um avião.
Constatado que a pessoa não tem
nenhuma ocorrência deste tipo
em seu prontuário,
conclui-se que a tragédia,
da qual ela escapou ilesa
(e por isso está condenada a viver)
foi ter nascido...
A maior tragédia que pode acontecer
a alguém é passar pela vida sem viver.
Nenhuma justificativa justifica perder
a chance de estar vivo,
de existir,
de experimentar cada momento -
escasso e passageiro -
que se tem neste mundo.
Nem um grande negócio.
Nem todo o dinheiro do mundo.
Nem um sucesso de arrebentar
a boca do balão.
Viver a vida é o item básico na
cesta básica de qualquer pessoa.
Pra encurtar conversa,
já que essa ladainha pode ir muito longe:
com a vida é assim,
ou você faz agora, já,
com os recursos que tem,
ou esquece.
TEXTO: Geraldo Eustáquio de Souza
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 21 de Junho de 2.011.
no dia em que descobre que
a vida não vai durar para sempre.
Talvez você esteja aí do outro lado
pensando que eu disse uma tolice,
pois é claro que todo mundo sabe
que vai morrer!
Na verdade,
com o festival de chacinas que
se assiste diariamente nos telejornais,
com gente morrendo por todos os lados,
era mesmo de se esperar que todo
mundo já soubesse que também
pode e vai morrer.
A qualquer momento.
Infelizmente não é assim.
Morrer continua a ser uma idéia
vaga e absurda para a maioria das pessoas.
Algo que só se vê,
de verdade,
nos telejornais e em lugares
muito distantes.
Na vida real,
só ocorre mesmo com o vizinho...
De preferência, com os mais chatos.
Com a gente, nunca!
Vivemos como se todos nós tivéssemos
sido hipnotizados por um mago
para acreditarmos que vamos
durar para sempre.
Por isso a gente adia tanto, tudo,
o tempo inteiro.
O projeto de ser feliz,
a mudança de emprego,
de cara, de cidade, de par amoroso.
Deixa para uma hora mais propícia,
menos problemática,
mais oportuna e menos inadequada.
Sempre para daqui a algum tempo,
quando a gente tiver mais dinheiro,
quando a gente se aposentar,
quando os filhos crescerem,
quando tivermos uma folga,
quando a economia se normalizar.
Antes de mais nada,
é preciso sobreviver,
ganhar dinheiro,
fazer sucesso – pensa a maioria.
A vida mesmo vai ficando para depois,
quando todas essas coisas tão
mais importantes já estiverem
equacionadas e resolvidas.
O problema é que a vida não entende
essa linguagem de adiamento.
"Oportuno" e "adequado"
são palavras sem nenhum significado
para o ritmo da vida.
Vida é como sorvete debaixo de sol quente:
- ou você toma na hora ou vai ficar
chupando dedo.
Vida é um negócio de “aqui” e “agora”,
de extrema premência e necessidade.
Eu sempre achei muito engraçado
as pessoas usarem esse verbo “sobreviver”
em lugar de “viver”.
Sobreviver significa continuar
a viver depois que aconteceu algum
sinistro grave,
como um incêndio de grandes
proporções ou a queda de um avião.
Constatado que a pessoa não tem
nenhuma ocorrência deste tipo
em seu prontuário,
conclui-se que a tragédia,
da qual ela escapou ilesa
(e por isso está condenada a viver)
foi ter nascido...
A maior tragédia que pode acontecer
a alguém é passar pela vida sem viver.
Nenhuma justificativa justifica perder
a chance de estar vivo,
de existir,
de experimentar cada momento -
escasso e passageiro -
que se tem neste mundo.
Nem um grande negócio.
Nem todo o dinheiro do mundo.
Nem um sucesso de arrebentar
a boca do balão.
Viver a vida é o item básico na
cesta básica de qualquer pessoa.
Pra encurtar conversa,
já que essa ladainha pode ir muito longe:
com a vida é assim,
ou você faz agora, já,
com os recursos que tem,
ou esquece.
TEXTO: Geraldo Eustáquio de Souza
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 21 de Junho de 2.011.
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