O orgulho

Existem dois tipos de orgulho.
Primeiro,
o sentimento de satisfação
de si próprio,
que é positivo, se não demasiado.
O outro, negativo,
é aquele que coloca barreiras
entre nós e as outras pessoas.

É bom o
sentimento de satisfação
quando empreendemos
alguma coisa e vamos
até o fim com vitória.

Sabemos que nos esforçamos
e que valeu a pena.
A alegria interna que
chega em forma de
paz e serenidade,
a felicidade calma,
nos recompensa de todo
o possível sofrimento
da caminhada.

Bom estar feliz consigo mesmo,
se dizer que se quis e que
se chegou lá.
Mas vejamos a outra face:
o orgulho que nos impede
de ir adiante.

Aquele sentimento que
nos separa até das pessoas
mais queridas.

Por orgulho não
reconhecemos nossos erros.
Às vezes até reconhecemos em nós,
interiormente,
com aquela dorzinha
fina de ter que admitir ao
menos a si que se está errado,
mas de lá a confessar a
outros é outra coisa.
É duro.

Está em nós, mas não sai,
nos bloqueia,
paralisa nossas palavras e
nossas ações e
seria preciso um esforço
sobrenatural para ter que admitir.

E por que não admitimos,
não pedimos perdão.
Preferimos viver com aquele
sentimento angustiante
do que ter que nos rebaixar
(seria se rebaixar realmente?)
a confessar que estamos errados.

Quanto tempo jogamos no lixo
por causa disso!
Nunca passa pela nossa
cabeça que muitas vezes
quando nos
ajoelhamos estamos mais
próximos de Deus.

Triste mesmo é quando nos feriram,
nos pedem perdão e ainda
assim o orgulho nos prende.

Quando somos incapazes
de fazer com que
o amor fique mais forte
e maior que a mágoa.

Quando o negativo sobrepõe
o positivo e ainda assim
continuamos na mesma posição,
altivos e infelizes.
Infelizes sim,
porque não é possível ser feliz
com tanta infelicidade
por dentro.

Há famílias onde existem
pessoas que ficam anos sem
se comunicar porque um
dia alguém fez
alguma coisa que magoou o outro.
E cada um fica do seu lado,
com sua razão,
sozinho no seu direito de estar
certo e não dar o braço a
torcer. Cada qual está atado
ao seu orgulho e carrega
isso até a morte,
onde geralmente se pergunta
se não deveria ter agido
de outra forma.
Mas então já é tarde...

Não teria todo mundo direito ao erro?
Somos nós assim tão perfeitos para
julgar e condenar os que falharam
em alguma coisa?

Quem nunca precisou de perdão?

Quem caminhou sempre em linha reta,
sem ter
tropeçado uma vez ou outra nas
estradas da vida?

Não vale a pena deixar
de falar com as
pessoas porque nos magoaram,
não vale a pena não
reconhecer nossos erros por
medo de humilhação.
Não vale a pena
deixar de ir a algum lugar
porque fulano ou ciclano
vai estar presente.
Não vale a pena deixar o
orgulho dominar nosso eu.
Não vale a pena deixar de viver
enquanto vivemos.

De bem com a vida,
consigo, com o mundo...
de bem com todos!

É preciso liberar-se do orgulho
que impede de viver.

Os pássaros que são livres voam
muito mais alto e vêm mais
beleza do que os que ficam presos.
E eles cantam mais!!!

Sem fardos caminhamos mais
facilmente e com
certeza seremos capazes de ir
muito mais além.

TEXTO: Letícia Thompson
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 07 de Setembro de 2.011.

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