Quatro estações
Quatro estações são necessárias
para que se possa passar adiante
depois de uma perda.
O primeiro tudo depois da morte
é sempre o mais difícil:
o primeiro aniversário,
o primeiro natal,
o primeiro réveillon,
as primeiras férias...
são as ocasiões mais doloridas.
Mas o passar dos dias ameniza
a dor e vai dando lugar
a uma certa nostalgia,
ao carinho da lembrança.
Pensamos no instante da
perda que nunca mais
seremos capazes de sorrir,
mas isso não é verdade.
Depois de algumas auroras
e alguns entardeceres,
vamos descobrindo que a vida ainda
está muito presente,
que ainda somos capazes de nos
alegrar com outras coisas,
sem que isso diminua o
amor e a saudade
que sentimos de quem partiu.
Aceitamos dificilmente
a morte porque
nos esquecemos com facilidade
que nossa vida na terra é apenas
uma passagem.
E quando alguém parte,
é como se acordássemos
para essa realidade:
somos eternos para a vida,
mas não a terrena!
Inconscientemente pensamos
na nossa própria morte
e na daqueles que ainda
estão conosco.
Mas...
enquanto o sangue pulsar
nas nossas veias,
é a vida que pulsa e
tudo o que podemos e devemos
fazer é vivê-la.
Alguém que amamos parte
para sempre
e isso é tremendamente
doloroso.
Essa pessoa é insubstituível
ao nosso coração,
já que cada pessoa é única em
si no nosso viver
e somos conscientes disso.
Mas outros que amamos e que nos
amam ainda estão por aqui
e isso deve ser
motivo de alegria e reconforto.
Por esses, pelo menos,
devemos nos reerguer,
reagir,
fazer um esforço.
E para nós,
para nosso bem.
Deus nos consola; amigos,
família nos consolam...
só precisamos é aceitar as
mãos estendidas.
Quatro estações
e um pouco de paciência...
o sol vai brilhar novamente,
a alegria vai de novo encher
o coração
e tudo vai voltar ao normal.
É preciso acreditar nisso!
TEXTO: Leticia Thompson
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 08 de Novembro de 2.012.
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