Dia Internacional da Mulher: reflexão é pauta do dia
Sempre que o dia 8
de março se aproxima,
ouvem-se perguntas do tipo:
Por que “Dia Internacional da Mulher”?
Por que um dia especial para as mulheres?
As mulheres já não conquistaram o
seu espaço na sociedade?
A resposta a essas questões
é complexa e envolve a
cidadania das mulheres.
As mulheres “conquistaram”
sim seu espaço,
luta essa que aos homens
foi desnecessária,
posto que já havia um espaço
reservado a eles;
à mulher,
restou a busca por
reconhecimento como
sujeito de direitos.
De fato,
muitas conquistas são
atribuídas às mulheres,
resultantes da luta por
“autonomia e igualdade”.
Mulheres jovens,
adultas, idosas, negras,
não-negras, indígenas,
profissionais liberais,
funcionárias públicas,
donas de casa, políticas,
mulheres de todos
os segmentos da sociedade
brasileira e mundial
estão empenhadas em contribuir
para o fortalecimento
da cidadania das mulheres
e a garantia de seus direitos
na área da saúde,
segurança, trabalho,
habitação, cultura,
educação, política,
entre outros.
Das conquistas já efetivadas,
uma ainda requer muito
empenho e conscientização:
o direto a não-violência.
A violência contra a
mulher se insere em uma
problemática que, necessariamente,
envolve questões ligadas
à igualdade entre sexos.
Trata-se de tema
de grande complexidade,
em função da carga cultural
e ideológica contida nele.
Foi culturalmente que homens
e mulheres aprenderam que os
homens eram superiores
às mulheres e, por isso,
eles deveriam ser obedecidos
e respeitados.
As mulheres viviam sob
o domínio dos pais e depois
passavam ao domínio dos maridos;
se ficavam viúvas,
aos filhos cabia a tarefa de
“cuidar” das mães...
Muitas mulheres ainda
vivem sob essa dominação
masculina,
especialmente dos maridos
e companheiros.
As mulheres se submetem
ao poder do ser masculino,
não porque eles sejam superiores,
mas porque assim
aprenderam a viver.
Modificar essa situação
depende de ampla mudança social,
que promova igualdade,
sem esquecer as diferenças
que existem entre homens e mulheres,
diferenças essas que não
podem ser lembradas,
pelo viés da violência.
O Mapa da Violência 2012
mostra que uma em cada
cinco mulheres já sofreu
violência dentro de casa
e que em 80% desses casos
os agressores são
namorados e maridos.
Percebe-se então que
as mulheres conquistaram
espaços na sociedade,
mas continuam se submetendo
ao poder relacionado à “força”
dos homens com quem convivem.
Por quê? Até quando?
Não é questão de dizer
que a Lei Maria da Penha é
contra os homens,
mas é preciso envolver homens
no debate sobre a violência
contra a mulher,
a fim de que noções equivocadas
possam ser desconstruídas.
Esse é o papel da Campanha
“Homem de Verdade não bate em Mulher”,
lançada em 2012,
pelo Banco Mundial.
Que tenhamos,
então,
mais um 8 de março,
cuja reflexão sobre a cidadania
das mulheres,
esteja na pauta do dia.
TEXTO DE: Márcia Cristiane Nunes Scardueli -
Agente de Polícia / Delegacia da Mulher de Araranguá (DPCAMI)
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Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 08 de Março de 2.014.
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