A Grandeza da dor
Como medir a dor?
Para os terremotos a
escala de Richter,
para os furacões,
a escala de Saffir-Simpson,
para a força dos ventos,
a escala Beaufort,
todas medem a grandeza
do poder
de estrago de cada força,
e para as nossas dores
existem escalas?
Claro que não,
a sua dor não tem tamanho,
não sai nas revistas,
porque não dá para imprimir,
nem no seu blog dá para exprimir,
nem pintando com
as mais variadas tintas,
quem é que pode sentir
o que você sente?
Por isso,
não se demore na dor,
não estacione nos pensamentos
que te afligem,
que te remetem ao momento
onde ela nasceu,
revivendo a cada instante
a mesma sensação,
a perda, a angústia,
o desespero,
devem ser esquecidos,
sob pena de reviver,
a mesma dor diversas vezes,
e se já foi difícil passar
por ela uma vez,
imagine conviver com ela
em flashback diariamente?
Derrame as lágrimas necessárias,
desabafe mesmo,
a dor represada forma um
rio com águas paradas,
e água parada apodrece,
fede e cria bichos,
mas depois do desabafo,
do choro,
do viver o luto,
enterre o passado,
deixe às águas correrem livres,
porque o rio sempre
busca o mar,
e nós sempre deveremos
buscar a felicidade,
num eterno ir e vir,
começar e recomeçar,
não deixando a dor nos parar,
porque somos
feitos na exata medida
do amor que desejamos viver.
TEXTO: Paulo Roberto Gaefke
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 09 de Abril 2.014.
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