Tomara

Tomara que os olhos
de inverno das
circunstâncias mais
doídas não sejam
capazes de encobrir por
muito tempo os nossos
olhos de sol.

Que toda vez que
o nosso coração se
resfriar à beça,
e a respiração se fizer
áspera demais,
a gente possa descobrir
maneiras para cuidar
dele com o carinho todo
que ele merece.

Que lá no fundo
mais fundo do mais
fundo abismo nos reste
sempre uma brecha
qualquer,
ínfima, tímida,
para ver também um
bocadinho de céu.

Tomara que os nossos
enganos mais devastadores
não nos roubem
o entusiasmo para
semear de novo.

Que a lembrança
dos pés feridos quando,
valentes,
descalçamos os sentimentos,
não nos tire a coragem
de sentir confiança.

Que sempre que doer muito,
os cansaços da gente
encontrem um lugar de paz
para descansar na varanda
mais calma da nossa mente.

Que o medo exista,
porque ele existe,
mas que não tenha
tamanho para ceifar o
nosso amor.

Tomara que a gente
não desista de ser quem
é por nada nem ninguém
deste mundo.

Que a gente reconheça
o poder do outro sem
esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias
não confundam as
nossas verdades,
mesmo que as mentiras e
as verdades sejam
impermanentes.

Que friagem nenhuma
seja capaz de encabular
o nosso calor mais bonito.

Que,
mesmo quando
estivermos doendo,
não percamos de vista
nem de sonho a ideia
da alegria.

Tomara que apesar
dos apesares todos,
dos pesares todos,
a gente continue tendo
valentia suficiente para
não abrir mão de
se sentir feliz.

Tomara.

TEXTO DE: Ana Jácomo
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 27 de Setembro de 2.014.
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