A GENTE FINGE

A gente finge que arruma
o guarda-roupa,
arruma o quarto,
arruma a bagunça.

Tira aquele tanto
de coisa que não serve,
porque ocupar espaço
com coisas velhas
não dá.

As coisas
novas querem entrar,
tanta coisa bonita
nas lojas por aí.
Mas a gente nunca
tira tudo.
Sempre as esconde aqui,
esconde ali,
finge para si mesmo
que ainda serve.

A gente sabe.
Que tá curta,
pequeno, apertado.
É que
a gente queria tanto.
Tanto.

Acredito que arrumar
a bagunça da vida
é como arrumar a
bagunça do quarto.
Tirar tudo,
rever roupas e sapatos,
experimentar e ver
o que ainda serve,
jogar fora algumas coisas,
outras separar
para doação.

Isso pode servir
melhor para outra
pessoa.
Hora de deixar ir.

Alguém precisa
mais do que você.
Se livrar.
Deixar pra trás.
Algumas coisas não
servem mais.
Você sabe.
Chega.

Porque guardar
roupa velha dentro
da gaveta é como ocupar
o coração com alguém
que não lhe serve.

Perca de espaço,
tempo,
paciência e sentimento.
Tem tanta gente
interessante por aí
querendo entrar.
Deixa.
Deixa entrar:
na vida,
no coração,
na cabeça.

TEXTO DE: Caio Fernando Abreu
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 12 de Agosto de 2.015.
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