Quando os filhos voam...

Sei que é inevitável
e bom que os filhos
deixem de ser crianças
e abandonem a proteção
do ninho.
Eu mesmo sempre
os empurrei para fora.

Sei que é inevitável que
eles voem em todas
as direções como
andorinhas adoidadas.

Sei que é inevitável
que eles construam
seus próprios ninhos
e eu fique como o
ninho abandonado
no alto da palmeira…

Mas,
o que eu queria,
mesmo,
era poder fazê-los
de novo dormir
no meu colo…

Existem muitos
jeitos de voar.
Até mesmo o voo
dos filhos ocorre
por etapas.

O desmame,
os primeiros passos,
o primeiro dia na escola,
a primeira dormida fora
de casa,
a primeira viagem…

Desde o nascimento
de nossos filhos temos
a oportunidade de
aprender sobre esse
estranho movimento
de ir e vir,
segurar e soltar,
acolher e libertar.

Nem sempre percebemos
que esses momentos
tão singelos são pequenos
ensinamentos sobre
o exercício da liberdade.
Mas chega um momento
em que a realidade bate
à porta e escancara
novas verdades difíceis
de encarar.

É o grito da independência,
a força da vida
em movimento,
o poder do tempo que
tudo transforma.

É quando nos damos
conta de que nossos
filhos cresceram e
apesar de insistirmos
em ocupar o lugar
de destaque,
eles sentem urgência
de conquistar o
mundo longe de nós.

É chegado então o
tempo de recolher
nossas asas.
Aprender a abraçar
à distância,
comemorar vitórias
das quais não
participamos diretamente,
apoiar decisões
que caminham para
longe.
Isso é amor.

TEXTO: Rubem Alves
* * * * *
Texto lido no programa
“Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 23 de Janeiro de 2.016.
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