Somos todos passarinhos passando pelos caminhos uns dos outros.

"Eles Passarão, Eu Passarinho" - "Todos estes aí que estão atravancando o meu caminho, eles passarão, eu passarinho."

Este famoso trecho do brilhante escritor Mario Quintana provoca sensacionais reflexões! Sim, inúmeras pessoas passam pela nossa vida e se vão! Fato que também nos leva a conclusão que passamos pela vida de muitas pessoas.

A passagem que cada indivíduo atravessa no caminho do outro é singular e peculiar nas marcas que deixam, tanto positivas quanto negativas, datada de um tempo específico na vida de cada um, que não se repetirá da mesma forma, cada nova vez será diferente, um novo jeito de se reapresentar a cada dia.

O relacionamento humano não é tão simples, composto de uma série de variáveis (idade, gênero, contexto familiar, social e profissional, posição econômica, social, intelectual e cultural, etc) que definem sua complexidade! A forma de se relacionar também é distinta de acordo com os papéis sociais que representamos, tais como na função de pai, mãe, filhos, amante, ficante, amigo, parente, chefe, subordinado, e assim por diante.

Toda e qualquer relação nos afeta de algum modo, provocando movimentos de afastamento ou de aproximação.

Se os impactos deste encontro forem negativos na perspectiva de uma pessoa, atravancando o caminho com substanciais empecilhos para atingir os objetivos, ela poderá dar um jeito para se livrar do outro ou da situação que a perturba, como, por exemplo, mudando de emprego, terminando o relacionando amoroso (independentemente do grau de vínculo social - casamento, união estável, namoro, ficante - ou do vínculo emocional).

Se os impactos deste encontro forem positivos, alinhados aos seus objetivos e expectativas, a pessoa tentará manter o outro ao seu lado, manter-se naquela situação, esforço ativo para cultivar este convívio.

A perspectiva de uma pessoa precisa ser convergente com a perspectiva da outra a fim de se manter os movimentos de aproximação; já os movimentos de afastamento podem ser delineados quando apenas um não deseja estar onde está ou com quem está, não sendo necessário o consenso no desejo para o afastamento se consolidar.

Então todos nós somos passarinhos passando pelos caminhos uns dos outros.

Outros passarinhos passam, mas eu passarinho sempre continuarei! Nesta perspectiva individual, independentemente de quem permanecerá no meu caminho e por quanto tempo, apenas eu estarei comigo integralmente até o meu último dia!

Eu sou o protagonista responsável pelos meus voos de progresso, não somente o progresso material tão aclamado socialmente, como também o progresso moral, a expansão das virtudes; o contrário também é responsabilidade individual e intransferível.

Contudo a vida não é constituída apenas da perspectiva individual, há a perspectiva coletiva! Eu constituo a minha identidade do ego por meio da interação social. O coletivo tem impacto no individual e vice-versa!

Inúmeras pessoas são colocadas no nosso caminho indefinidamente para que possamos aprender, evoluir como pessoa, fazer um bom trabalho em todas as áreas da vida!

Se eu me recusar a aprender a lição com uma determinada pessoa, haverá uma próxima no meu caminho que será o canal deste aprendizado necessário, assim segue sucessivamente até que a lição possa ser assimilada.

Nos relacionamentos, não existe a pessoa ideal, aquela moldada segundo minhas expectativas e meus desejos, mas sim a pessoa real. A vida é generosa, constantemente ela nos faz diversos convites, personificados pelas pessoas colocadas no nosso caminho, endereçando os convites para sermos um bom filho, boa mãe, bom profissional, boa amiga, bom marido, boa pessoa.

A pergunta que fica é: "quando iremos aprender a lição que temos que aprender"?

TEXTO DE: Cristiane Cruz 
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Texto lido no programa "Madrugada Viva Liberdade FM" no quadro "Momento de Reflexão" no dia 06 de Julho de 2.017.
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