Alguns “eu te amo” podem sair não só da boca para fora, mas também do ego para fora.

Sinto que alguns “eu te amo” podem sair não só da boca para fora, como também do ego para fora. Há um certo “eu te amo” que não significa um amor pela pessoa, mas o amor pela forma que se é amado.

Há uma confusão aí. Quando se diz eu te amo, a palavra amor entra em jogo. Ele é verbo de ação. Porque quem ama cuida, respeita, protege, ampara, encoraja, anima. É presente, é presença.

Mas, e quando muito disso não existe numa relação? Nesse caso, eu vejo apenas o amor por uma forma e não por um ser.

É fácil detectar. A falta de algumas frases pode ajudar a perceber esta ideia “você está bem?”. “Como foi seu dia?” “Está melhor hoje?” “Está precisando de alguma coisa?”

O amor tem dessas coisas de cuidado, carinho, interesse, real entrega. Se não vejo essa sutileza, para mim não configura amor, configura armadilha.

Dizer “eu te amo” e ser vazio de atitudes concretas com o ser “amado” é contraditório.

Muitas vezes, a pessoa ama a forma como é amada – ama o cuidado, o carinho, o movimento do parceiro em sempre atender e estar perto, ama o amor do outro por ele, mas não necessariamente o ama, de fato. Dá para compreender?

É importante sentir a maré. Perceber os gestos, o interesse para não ficar nessa de viver uma carência afetiva sem real interesse. É fácil dizer “eu te amo”, mas atrás dessas lindas palavras que estremecem o coração é importante acompanhar o carinho, atenção, afeto e cuidado.

Sinto diversas relações vazias preenchidas de falso amor.

Digo isso apenas para compreender que amor não é apenas uma boa química e uma noite gostosa juntos. Amor está na relação que se constrói no dia a dia. No querer bem, no estar por perto, mesmo que distante e saber que existe um bom parceiro para a vida, para diversos momentos.

Eu te amo não é contrato de alma, nem de serviço. É um sentimento real e construtivo.

Saber que é amado é entender que alguém está junto para o que der e vier! E não apenas para ser amor e objeto de desejo.

TEXTO DE: Anieli Talon
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Texto lido no programa "Madrugada Viva Liberdade FM" no quadro "Momento de Reflexão" no dia 22 de Janeiro de 2.018.
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