Seu coração está sangrando? Não use ninguém como curativo, por favor!

Quem nunca ouviu a velha frase “amor velho se cura com um amor novo”?

Eu já achei essa afirmação bem poética, nos tempos em que eu não tinha o devido senso crítico. Entretanto, hoje, com o meu repertório de vivências, tanto minhas, quanto de pessoas próximas a mim, comecei a perceber essa declaração numa perspectiva diferente. Obviamente que não vou generalizar, contudo, há casos em que essa a tentativa de substituir alguém no coração, a qualquer custo, é algo que pode ser classificado como uma grande irresponsabilidade.

É natural que uma pessoa que esteja com as emoções destroçadas por conta de uma ruptura de um relacionamento queira se livrar, o quanto antes, desse aprisionamento emocional. Esse sofrimento é real e perturbador na vida de quem gosta de alguém e que, por alguma razão, teve que dizer adeus. A dor de dizer adeus querendo ficar, eu já vivenciei, e, em muitos momentos, tive a sensação de ter duas mãos apertando a minha garganta. A dor saía da esfera emocional e migrava para o meu corpo físico.

A sensação que temos nesses momentos é a de que nunca vamos superar aquele luto. Não importa o quanto ouvimos que aquilo vai passar, que é uma questão de tempo.

Podemos ler a respeito, ouvir depoimentos, nada disso serve de acalento. É como se aquela pessoa fosse a única no mundo, e, portanto, insubstituível.

Ocorre que cada pessoa possui os próprios mecanismos para lidar com os desconfortos de uma ruptura amorosa. Há aquelas que optam por viver o luto, respeitando o tempo necessário para ficarem inteiras novamente. Elas possuem lucidez e maturidade emocionais suficientes para compreenderem que não é sensato iniciar uma nova relação, por mais que apareçam pessoas interessantes com essa proposta. Elas se conhecem o suficiente, ao ponto de compreender que não têm condições de oferecer nada a alguém, pois elas estão machucadas demais para isso.

Elas têm consciência de que não estão inteiras, elas entendem que não é justo usar alguém como muleta na tentativa de sepultar um passado.

Em contrapartida, há também um perfil de pessoas que não sabem lidar com esse luto. Elas querem, de qualquer jeito, preencher a lacuna que alguém deixou. São pessoas que não percebem graça na vida se não tiver alguém ao lado. É como se as suas existências precisassem, sempre, de um relacionamento para serem validadas. Então, mesmo num luto intenso e com o coração conectado a outra pessoa, elas vão em busca de alguém, na tentativa de anestesiar essa dor.

No geral, elas se machucam mais ainda, pois, dependendo da situação, esforçam-se para sustentar um relacionamento no qual não se sentem felizes e motivados. Isso, por si só, já configura uma tortura. Sem contar que o novo parceiro estará se alimentando de migalhas, visto que alguém que acaba de romper um relacionamento contra a vontade não tem nenhuma condição de somar na vida do outro.

Eu conheço casos assim, a pessoa é perdidamente apaixonada por alguém do passado, mas se relaciona com outra sem a menor empolgação, como se essa fosse uma espécie de quebra-galho. A pessoa se doa por completo, porém, o que recebe está bem aquém do que merece. É uma balança muito injusta, entende?

No fundo, essa pessoa percebe que algo está errado, mas tenta administrar essa equação que não fecha, por falta de uma variável fundamental: a reciprocidade.

TEXTO DE: Ivonete Rosa
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Texto lido no programa "Madrugada Viva Liberdade FM" no quadro "Momento de Reflexão" no dia 15 de Dezembro de 2.018.
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TONINHO LIMA
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